Até 2050, a expectativa é de que 70 da população mundial esteja concentrada em áreas urbanas, conforme previsão da Organização das Nações Unidas (ONU). Dos mais de 213 milhões de habitantes do Brasil, 21,9 vivem em 17 municípios, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dos 5.570 municípios brasileiros, 49 têm mais de 500 mil habitantes e 3.770 contam com menos de 20 mil. O adensamento populacional pressiona as gestões das cidades a assumir papeis mais ativos e pensar em soluções para atender ao crescimento por demandas públicas.
É neste contexto que o País se vê diante de um grande desafio: como transformar as cidades brasileiras em lugares com mais qualidade de vida? Isso significa, principalmente, ampla oferta e funcionamento dos serviços públicos, garantindo a todos o mesmo acesso a saúde, educação, moradia, mobilidade urbana, segurança e meio ambiente, entre outros pontos.
Para resolver essa equação, existe um conceito - que não é novo -, mas tem se popularizado cada vez mais: as cidades inteligentes. Diferentemente do que se pode pensar, uma cidade inteligente não é aquela com mais sistemas eletrônicos ou tecnologias implantadas, e sim uma cidade cujo planejamento leva em consideração melhorias e benefícios para todos os cidadãos, tendo a tecnologia como um meio para alcançar esses objetivos.
São quatro os pilares que sustentam esse tipo de cidade, de acordo com a Geógrafa Grazi Carvalho, fundadora e CEO do Instituto Smart Citizen (ISC): cidade humana, eficiente, sustentável e inteligente.
Nenhuma cidade no Brasil tem esses quatro pilares funcionando, mas muitos municípios estão no caminho. De um estudo que fiz das cidades mais inteligentes do mundo, todas percorreram quatro passos: envolvimento dos agentes da inovação nesse projeto, sendo governo, setor privado, instituições de ensino e sociedade civil; instrumento de planejamento; definição de projetos; e alinhamento de recursos, explica Grazi.
Sem a participação efetiva dos cidadãos não é possível criar uma cidade inteligente. A Engenheira Agrônoma e consultora sobre o assunto Waleska Del Pietro Storani ressalta que uma cidade só pode ser assim chamada se contemplar a todos. A cidade é inteligente para todos ou não é para ninguém. A transformação começa com nossa atuação e envolvimento.
Os municípios estão começando a falar nisso, mas não sabem exatamente qual a cidade que têm em mãos. Por isso é importante ter um diagnóstico e saber quais são os indicadores e as prioridades. Isso é muito particular. Não tem uma receita pronta.
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