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Matéria Técnica - Uso de resíduos na agricultura

Publicado em 19 de junho de 2021

Fabio Olivieri de Nobile Doutor em Agronomia - UNESP, Jaboticabal. Docente do Centro Universitário de Araraquara - UNIARA e do Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos - UNIFEB e-mail: fonobile@yahoo.com.br
RESUMO: A utilização agronômica de resíduos pressupõe um número bem diverso de aplicações, entre os quais se podem lembrar as utilizações em: alimentação animal, substrato para fermentações, fabricação de fertilizantes orgânicos ou organominerais, cobertura de pisos (camas) em diferentes criações e sucedâneos de matéria- prima para as agroindústrias ou atividades semelhantes. Entretanto, o objetivo desta apresentação é restrito aos aspectos do uso de resíduos no solo, compreendendo os aspectos relacionados à caracterização desses resíduos, os benefícios ou inconvenientes da aplicação ao solo e os parâmetros que devem ser observados quando se pretende dar este destino aos resíduos. Desta maneira, o assunto a ser tratado pode ser dividido em dois aspectos fundamentais: os resíduos e os solos. No tocante aos resíduos, os principais fatores que afetam sua aplicação ao solo são: composição química, características físicas, aspectos sanitários, quantidade gerada e regime de liberação. Já em relação ao solo, deve-se considerar prioritariamente todas aquelas características responsáveis pela capacidade do solo em desativar e estabilizar os resíduos por meio de mecanismos físicos, químicos e biológicos. É dentro deste quadro geral que se pretende abordar alguns aspectos específicos e considerados mais importantes para a utilização dos resíduos no solo.

CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS

De acordo com GLÓRIA (2004), a caracterização adequada dos resíduos é básica para definir o seu uso no solo e o conhecimento da origem do resíduo, compreende: - Matéria-prima utilizada e suas características - (Quantidade, tipo, origem). - Produtos acrescentados ao processo (tipo, quantidade, etapa). - Regime de produção (contínuo, intermitente, sazonal). - Tipo(s), quantidade(s) e regime de vazão do(s) resíduos. - Aspectos do(s) resíduo(s) (estado físico, temperatura). - Pré -tratamentos. Esta etapa permite estimar a variabilidade da composição do resíduo, facilita a caracterização química e já permite iniciar o direcionamento do estudo das possibilidades de uso do solo e, por sua vez, é fundamental para que se estabeleça o chamado Plano de Amostragem do(s) Resíduo(s), etapa básica para uma adequada avaliação da composição química. O Plano de Amostragem deve considerar (GLÓRIA, 2004): - Resíduos a serem amostrados - Locais de amostragens - Frequências, volume, número e tipo das amostras - Tipo de amostradores - Método de preservação e estocagem. Algumas dessas etapas já podem ser conduzidas de acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e especificamente devem ser consultadas a NBR 9897/87, que trata do planejamento de amostragens de efluentes líquidos, a NBR 9898/87, que normatiza técnicas de amostragem e preservação de amostras de resíduos, e a NBR 1007/87, sobre locais de amostragens, tipo de amostradores, condições e tempo de estocagem das amostras. É bastante comum a inexistência destas etapas nos estudos agronômicos sobre utilização de resíduos, o que torna os dados a respeito de sua composição química incompletos devido a não permitir uma visão mais completa do processo de geração e das possibilidades de variação nas características químicas. A avaliação química de um resíduo pode e deve ser conduzida em função das características prévias já levantadas e isto facilita, e muitas vezes reduz, o tipo e número de análises químicas a realizar. A NBR 9897 apresenta algumas recomendações de parâmetros mínimos para controle de efluentes líquidos, mas no geral pode-se considerar os seguintes parâmetros: - Umidade - Matéria orgânica - pH - Acidez ou alcalinidade - Macronutrientes primários e secundários - Micronutrientes - Metais pesados além daqueles considerados micronutrientes (Pb,Cr, Hg, As, Cd) - Sódio - Condutividade - Coliformes fecais - Qualquer substância tóxica que se suspeite estar presente em função do processo de geração. Deve-se considerar que o conhecimento adequado do processo de geração do resíduo permite excluir determinadas análises, visto não haver possibilidade de introdução do elemento ou substâncias no processo e indica o potencial de nocividade de um resíduo pela presença de substâncias tóxicas. É também o conhecimento do processo de geração que irá indicar a necessidade ou não de caracterizar a presença de determinadas formas de um elemento. Isto ocorre particularmente no caso do nitrogênio, fósforo, enxofre e substâncias orgânicas, pois em processos de fabricação há transformações, criando às vezes uma nocividade potencial do resíduo a partir de uma situação original, não preocupante. Para ler o artigo na íntegra, clique no link abaixo: https://www.creasp.org.br/arquivos/revista/revista1_artigo2_-_Uso_de_Recursos_na_Agricultura.pdf

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